Em uma pequena cidade chamada Pontes e Lacerda, localizada no interior de MT-Brasil, vivia uma família de origem humilde. Eram 4 filhos, pai e uma mãe que estava grávida.
Uma família, onde os filhos buscavam por Amor e um pouco de Paz. O pai era alcoólatra, a mãe enferma e as crianças sofridas.
Um “lar” que não havia conforto, carinho, coletividade, eram apenas, brigas, ódio e rancor.
As cenas, sempre as mesmas. Pai batia em filhos e na sua própria esposa de quase 9 meses de gravidez.
Certo dia ouve-se, choros, gritos e sangue. Uma criança ferida pelo o seu próprio padrasto e uma mãe atirada ao chão, pedindo por ajuda, pois seu filho estava para nascer. Naquele momento de desespero, só se perguntava onde estava o pai?!
Talvez, em bares, ou até mesmo em outra “casa”.
Foram horas de espera, mas uma criança estava para nascer, a mãe com a ajuda de sua filha de 6 anos, da a luz.
Era uma menina, tão pequena de olhos negros, tão indefesa...
Com o passar dos dias, nada mudou, só havia uma boca a mais para ser alimentada.
A mãe sofreu muito após o parto e se esqueceu do filho que havia tido.
As crianças não conseguiam mais viver naquela casa, passavam fome, dor e medo.
A irmã mais velha de 6 anos resolveu fugir com seus 3 irmãos e o bebe com meses de vida.
Foram idas e vindas em busca de ajuda.
Enfim, pararam no Fórum, todos foram adotados, menos o bebe.
Ninguém tinha condições de criar uma criança tão pequena, ou seja, daria muito trabalho.
Vários dias se passaram, e a criança esperava por alguém, até que um dia a mesma foi entregue para uma mulher que se chamava Nadia, para que ela cuidasse até alguém querer adotá-la.
Foram dias e dias, a criança completará 1 ano e 5 meses de vida.
Nadia recebeu uma visita que lhe perguntará se ela estava com uma criança que precisava de uma família, a mesma diz que não, disse que a menina era sua filha e assim a mulher foi embora.
Anos se passaram, foram longos dias de Amor, Carinho e Paz.
Nadia cuidou da criança como se fosse sua própria filha e resolveu adota-la.
A mesma registrou sua filha e pusera o nome de Nágila Barbosa de Freitas.
Hoje com 16 anos de idade, Nágila é uma jovem amada por uma família incrível. Enfrenta e enfrentou barreiras e se tornou uma menina incomparável.
Segundo ela, “Ser adotiva não é o fim do mundo, não é algo ruim, é simplesmente ser amada pelo o órgão mais lindo do mundo, o coração”.
A adoção é um gesto de amor, carinho e respeito.
Construir uma família pode ser algo fácil, mas ser uma “Filha do Coração” é imensamente incrível.
“Não se deixe abater pelos obstáculos que enfrentou, ou que ainda enfrentará, a vida é bela, tudo é belo diante do que acreditamos, porque a vida não pode ser insignificante a ponto de colocarmos tudo a perder, por mais que ela não seja parte de nossos planos. A vida é um livro onde não sabemos o seu início, meio e fim, mas sabemos que não há como modifica-la, que a maneira mais sutil de ser feliz e de se fazer feliz é deixando os problemas de lado e vivendo aquilo que está em nosso caminho como se fosse o último dia de nossa vida. Eu, Nágila espero que minha história não sirva como uma “lição de vida”, onde me apaixonei pela família que construí e não tenho remorsos daquilo que seria meu e que de algum modo foi tirado de mim, talvez fosse para o meu próprio bem, mas sei que se eu tivesse vivido ou não uma outra história, faria a diferença do mesmo jeito. Quero que saibam que a vida se vive e família se ama, por mais que você não tenha a quem acolher a quem ser acolhido, não chores, olhe para frente e diga que és forte, porque só assim que nos tornamos pessoas de caráter com suma importância em uma família que não é de sangue, não é de laços familiares, mais é uma família de coração que faz com que você se torne especial, se torne único de algum modo, então o que resta ao filho amado é dar amor à espera de recebê-lo também, porque uma criança adotiva não quer conforto, não quer bens materiais, quer o que todos a sua volta também desejam, “Amor”, que é um sentimento tão belo, mas as pessoas fazem com que ele se torne ódio, onde os dois não se desgrudam, pelo fato que, amor sem ódio não existe, mas amor e ódio são unidos por laços de lágrimas e sorrisos. A única coisa que espero é poder ver rostos felizes, não por terem uma família, mas sim por serem amados da forma que sou amada, e que busquem fazer que cada dia seja melhor que o outro, porque é vivendo e aprendendo que nos tornamos pessoas de índoles incomparáveis diante daquilo que somos, “Filhos do Coração”.”
Nágila Barbosa de Freitas